terça-feira, 8 de setembro de 2009

Um passeio turístico pelo Rio Pardo










Fazer uma cidade ser considerada turística é algo muito difícil. E a nossa já é por natureza. Acredite, temos o Recanto Euclidiano, a Ponte Metálica, a Ilha São Pedro, a Cachoeira dos Nasser e Santa Helena, o Cristo Redentor, as represas e o majestoso rio Pardo, entre outros tantos pontos turísticos. Acontece que temos que nos educar, ou seja, precisamos primeiramente conhecer tudo isso e muito mais, para que possamos trazer os turistas para cá. Quase sempre, quando alguém chega à nossa cidade e pergunta sobre os pontos turísticos, esse não recebe a resposta correta, porque a maioria dos rio-pardenses não conhece as belezas que estão debaixo dos seus narizes.

QUERER É PODER
Mais uma vez, domingo passado, eu, meu filho Felipe e os amigos Zé Ricardo Andreatta e Alfredo Araújo (Cabelo) fizemos uma aventura: subir o rio Pardo no trecho entre a Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha e a Cachoeira do Corte de Pedra, que fica pouco acima da empresa Nestlé.

É MUITO DIFÍCIL
Este passeio não é o mesmo que faço normalmente nos finais de semana com turistas e amigos. É diferente e perigoso, principalmente nas pedreiras da Ponte Nova, da Ponte Metálica e da Ilha São Pedro. Para navegar com sucesso nesses trechos, o rio tem que estar na caixa e limpo; e o piloteiro ter um bom auxiliar que fique atento na proa, indicando para onde deve se dirigir, evitando o quase impossível, a colisão com enormes pedras que estão submersas, praticamente invisíveis. Quem tem esse importante papel nessas aventuras é o amigo Zé Ricardo ou meu filho.

ADRENALINA
A adrenalina começou logo nas pedreiras do Bairro Beira Rio, onde foi necessário fazer um ziguezague entre as pedras e passar por debaixo de galhos de grandes árvores que ficam sobre as águas. Logo acima, veio a Ponte Nova, tendo abaixo suas avantajadas pedras e fortes corredeiras. Aí o bicho pegou, a adrenalina foi ao extremo. A visão era ao mesmo tempo maravilhosa e assustadora. Após fazermos o “S”, entre inúmeras pedras, não tivemos como voltar, apesar da insistência do Felipinho, que dizia ser necessário fazer um reconhecimento do local, antes de tentar a subida. As observações devem ser constantes, pois a cada metro o rio está em situação diferente. O negócio foi ter calma e ser certeiro ao passar entre duas enormes rochas. Entretanto, uma batida foi inevitável, pois entre o barco e as pedras sobrava apenas um palmo de cada lado. Rompida essa barreira, já estávamos passando embaixo da imponente ponte. Foi outra visão maravilhosa. O motor estava afinando, graças ao meu amigo Edjalma. Mais impactos aconteceram, novamente a adrenalina subiu; mas, graças ao Grande Arquiteto do Universo, tudo correu muito bem e chegamos ao destino, a prainha do Corte de Pedra, onde comemoramos uma parte da aventura.

SONHO REALIZADO
Nas várias vezes que passamos ao lado do Recanto Euclidiano, nunca foi possível ancorar o barco na plataforma de concreto onde existiu um dos pilares da primeira ponte, ruída em 1898, que ligava as duas margens do rio Pardo naquele local, porque tal suporte sempre esteve submerso. Neste domingo, a água estava apenas um palmo sobre a plataforma. Não pensamos duas vezes e lá ficamos, sentados confortavelmente, com os pés sendo banhados pelas águas pardas do nosso rio. É difícil descrever como é maravilhoso admirar por outro ângulo a beleza do Recanto Euclidiano e a obra de engenharia de Euclides da Cunha. Sonho realizado.
Felipe Quessada

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